quarta-feira, 28 de abril de 2010

Comemorações do 25 de Abril em Miranda do Corvo

No dia 25 de Abril, pelas 11 horas, decorreram as Comemorações do 25 de Abril em Miranda do Corvo.

Os alunos do 12ºB convidaram duas personalidades ligadas ao combate do Fascismo, nomeadamente a Professora Natércia Vilaça, esposa de Alberto Vilaça, membro do Partido Comunista Português, preso político; o outro convidado foi Adelino Castro, livreiro e editor, que comentou a censura na época do Fascismo.

No final actuou a Filarmónica Mirandense.


sábado, 24 de abril de 2010

Comemorações do 25 de Abril na Escola


No dia 23 de Abril a nossa escola comemorou mais uma vez a Revolução dos Cravos.


O evento foi organizado pela professora Anabela Monteiro e pelos seus alunos do 12º ano (12ºB), com a colaboração do Grupo Disciplinar de História e da Biblioteca Manuel Alegre.

As comemorações iniciaram-se às 10h com o hastear da Bandeira Nacional, seguindo-se a actuação do Coro da Universidade Sénior da ADFP. Das janelas da escola caiu uma "chuva" de cravos vermelhos sobre a assitência, a evocar a data da conquista da liberdade.

Na parte da tarde houve um sarau cultural, no audiório da escola, apresentado pelos alunos do 12º B.

Para além do Director da Escola, Dr. Fausto Luís, estiveram também presentes os restantes elementos da Direcção Executiva, o Eng.º Carlos do Vale Ferreira (em representação da Autarquia), a Drª Teresa Osório, os alunos da Universidade Sénior da ADFP, professores, alunos e funcionários da escola e outros mirandenses.

O sarau iniciou-se com a apresentação de alguns excertos do filme "Capitães de Abril", comentados pelo General Augusto Monteiro Valente e pelo Professor Carlos Esperança, dois protagonistas do período revolucionário, que sabiamente nos têm ajudado a conhecer melhor este período tão marcante da nossa História.

Após uma declamação de poesia pelos alunos e pela professora Elisabete Ferreira, fomos brindados com a comunicação do Professor Doutor José Henrique Dias [1] sobre a música de Abril (música de intervenção), seguindo-se uma sessão de fados, com interpretações de canções de "Zeca" Afonso, de Adriano Correia de Oliveira, entre outros.

O sarau terminou em alegre convívio, com uma "Merenda da Liberdade".


[1] Mestre em História Cultural e Política e Doutor em História e Teoria das Ideias,l eccionou em vários graus de ensino, foi orientador de estágios pedagógicos no ensino secundário e foi supervisor de estágios por parte da FCSH da Universidade Nova de Lisboa, onde foi vice-presidente do Conselho Pedagógico. Foi, ainda, professor do ISCEM onde foi Presidente do Conselho Pedagógico e do Conselho Científico. É autor de uma vasta lista de trabalhos no domínio da História das Ideias. Actualmente é Presidente do Conselho Científico do ISMT e Coordenador da Escola Superior de Altos Estudos.
É ainda um consagrado Cantor de Coimbra (tendo integrado a "2ª Década de Oiro do Fado de Coimbra" nos anos 50) e também interpretou algumas canções de Abril no nosso sarau.


FOTOS DO EVENTO
... mais brevemente!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Do Estado Novo à Revolução de Abril

Os alunos do 6º ano, das turmas A e C, pesquisaram sobre o período do Estado Novo até ao 25 de Abril de 1974.
Depois, com a ajuda da professora Clara Aguilar na disciplina de História e Geografia de Portugal, elaboraram uma ficha de estudo sobre o Estado Novo e uma apresentação em PowerPoint sobre o 25 de Abril.

Estado Novo


domingo, 4 de abril de 2010

Concurso "Como se viveu em Portugal..."

No âmbito do Protocolo de Cooperação celebrado entre o ME e a Associação 25 de Abril (A25A), e em parceria com a Associação de Professores de História (APH), está a decorrer o concurso "Como se viveu em Portugal...Os panfletos da Revolução: 5 de Outubro de 1910 - 25 de Abril de 1974".

Mais informações AQUI

Ver o Regulamento

A mulher no fascismo

A mulher no fascismo - Total ausência de direitos


«Trinta anos volvidos sobre a Revolução de Abril, é importante recordar a situação anterior da mulher na sociedade portuguesa, caracterizada pela ausência total de direitos. E porque há quem queira branquear a história do fascismo, evocando direitos e respeito pela mulher, recordemos, porque a memória pode ser curta, alguns aspectos em várias áreas da sua vida.

No trabalho

– Em 1974, apenas 25% dos trabalhadores eram mulheres; apenas 19% trabalhavam fora de casa (86% eram solteiras; 50% tinham menos de 24 anos).

– Ganhavam menos cerca de 40% que os homens.

– A lei do contrato individual do trabalho permitia que o marido pudesse proibir a mulher de trabalhar fora de casa.

– Se a mulher exercesse actividades lucrativas sem o consentimento do marido, este podia rescindir o contrato.

– A mulher não podia exercer o comércio sem autorização do marido.

– As mulheres não tinham acesso às seguintes carreiras: magistratura, diplomática, militar e polícia.

– Certas profissões (por ex., enfermeira, hospedeira do ar) implicavam a limitação de direitos, como o direito de casar.

Na família

– O único modelo de família aceite era o resultante do contrato de casamento.

– A idade do casamento era 16 anos para o homem e 14 anos para a mulher;

– A mulher, face ao Código Civil, podia ser repudiada pelo marido no caso de não ser virgem na altura do casamento.

– O casamento católico era indissolúvel (os casais não se podiam divorciar).

– A família é dominada pela figura do chefe, que detém o poder marital e paternal. Salvo casos excepcionais, o chefe de família é o administrador dos bens comuns do casal, dos bens próprios da mulher e bens dos filhos menores.

– O Código Civil determinava que “pertence à mulher durante a vida em comum, o governo doméstico”.

– Distinção entre filhos legítimos e ilegítimos (nascidos dentro e fora do casamento): os direitos de uns e outros eram diferentes.

– Mães solteiras não tinham qualquer protecção legal.

– A mulher tinha legalmente o domicílio do marido e era obrigada a residir com ele.

– O marido tinha o direito de abrir a correspondência da mulher.

– O Código Penal permitia ao marido matar a mulher em flagrante adultério (e a filha em flagrante corrupção), sofrendo apenas um desterro de seis meses;

– Até 1969, a mulher não podia viajar para o estrangeiro sem autorização do marido.

Saúde Sexual e Reprodutiva

– Os médicos da Previdência não estavam autorizados a receitar contraceptivos orais, a não ser a título terapêutico.

– A publicidade dos contraceptivos era proibida.

– O aborto era punido em qualquer circunstância, com pena de prisão de 2 a 8 anos. Estimavam-se os abortos clandestinos em 100 mil/ano, sendo a terceira causa de morte materna.

– Cerca de 43% dos partos ocorriam em casa, 17% dos quais sem assistência médica; muitos distritos não tinham maternidade.

– A mulher não tinha o direito de tomar contraceptivos contra a vontade do marido, pois este podia invocar o facto para fundamentar o pedido de divórcio ou separação judicial.

Segurança Social

– O regime de previdência e de assistência social caracterizava-se por insuficiente expansão, fraca cobertura de riscos e prestações sociais com baixo nível de protecção social.

– O número de trabalhadores(as) abrangidos com o direito a pensão de velhice era muito reduzido. Pouco antes do 25 de Abril, o número de portugueses a receber pensão era cerca de 525 mil.

– Não existia pensão social, nem subsídio de desemprego.

– A pensão paga aos trabalhadores rurais era muito baixa e com diferenciação para mulheres e homens.

– Não existia pensão mínima no Regime Geral e a pensão média, o abono de família e de aleitação atingiam valores irrisórios.

– As mulheres, particularmente as idosas, tinham uma situação bastante desfavorável. A proporção de mulheres com 65 anos e mais que recebia pensões era muito baixa, assim como os respectivos valores.

Infraestruturas e equipamentos sociais

– Em 1973 havia 16 creches oficiais e a totalidade, incluindo as particulares, que cobravam elevadas mensalidades, abrangia apenas 0,8% das crianças até aos 3 anos de idade.

– Não existiam escolas pré-primárias públicas e as privadas cobriam apenas 35% das crianças dos 3 aos 6 anos de idade.

– Quase 50% das casas não tinha água canalizada e mais de metade não dispunha de electricidade.

Direitos cívicos e políticos

– Até final da década de 60, as mulheres só podiam votar quando fossem chefes de família e possuíssem curso médio ou superior.

– Em 1968 a lei estabeleceu a igualdade de voto para a Assembleia Nacional de todos os cidadãos que soubessem ler e escrever. O facto de existir uma elevada percentagem de analfabetismo em Portugal, que atingia sobretudo as mulheres, determinava que, em 1973, apenas houvesse 24% dos eleitores recenseados.

– As mulheres apenas podiam votar para as Juntas de Freguesia no caso de serem chefes de família (se fossem viúvas, por exemplo), tendo de apresentar atestado de idoneidade moral.

Dados estatísticos

• Esperança de vida das mulheres:
70,8 anos (1970)
80,6 anos (2002)

• Taxa de mortalidade infantil:
(permilagem)
37,9% (1974)
5,0% (2002)

• Taxa de mortalidade materna:
(por 100 mil nados vivos)
73,4% (1970)
2,5% (2000)

• Partos em estabelecimentos de saúde:
37,5% (1970)
99,5% (2000)

• Analfabetismo:
33,6% (1970)
9,0% (2001), dos quais 11,5% mulheres, 6,3% homens.

• Taxa de actividade feminina:
19% (1974)
46% (2003)

• Feminização do ensino superior:
44,4% (1970-71)
56,0% (2001)

• Taxa de cobertura:
– água canalizada:
47,0% das casas (1970)
97,4% das casas (2001)

– esgotos:
58,0% (1970)
96,7% (2001)

– electricidade:
63,0% (1970)
99,6% (2001).

Aberrações no tempo do fascismo...

– Em 1932, em todos os manuais de leitura estava incluída a seguinte frase: “Na família, o chefe é o pai; na escola, o chefe é o mestre; na igreja, o chefe é o padre; na Nação, o chefe é o governo.”

– Em 1936, o Ministério da Educação proibiu as professoras de usar maquilhagem e indumentária que não se adequasse à “majestade do ministério exercido”; as professoras só podiam casar com a autorização do Ministro, concedida apenas desde que o noivo demonstrasse ter “bom comportamento moral e civil” e meios de subsistência adequados ao vencimento de uma professora.

– Salazar declarava: “Nos países ou nos lugares onde a mulher casada concorre com o trabalho do homem (...) a instituição da família, pela qual nos batemos, como pedra fundamental de uma sociedade bem organizada, ameaça ruína.” E “Portugal é um país conservador, paternalista e – Deus seja louvado – ‘atrasado’, termo que eu considero mais lisonjeiro do que pejorativo.”

– Em muitas localidades, quando uma mulher morria os sinos dobravam menos vezes do que quando era um homem.»

FONTE: Dossier sobre o 25 de Abril e os direitos das mulheres